Blog da Redação: os treinos com Poatan fazem de Strickland uma ameaça real a Adesanya em luta por cinturão?

Especial repercute o duro compromisso de ‘bad boy’ norte-americano em desafio pelo título dos médios no UFC 293

Sean Strickland em luta no UFC. Foto: Reprodução/Instagram

Desafiante ao cinturão dos médios (até 83,9kg.) no UFC 293, Sean Strickland está longe de ser uma unanimidade quando avaliadas as qualidades técnicas dentro do Ultimate. O lutador, no entanto, cumpriu bem o papel de apagar a passagem apagada na categoria dos meio-médios (até 77,1kg.) e, com o famoso ‘arroz com feijão’, surpreendeu ao se tornar destaque na categoria liderada por Israel Adesanya.

Apesar de tropeços nas lutas contra Alex Poatan e Jared Cannonier, o saldo do ‘bad boy’ é positivo no grupo. Tal estabilidade acabou rendendo ao lutador uma disputa de cinturão inusitada – conquistada, em grande parte, pela falta de adversários inéditos ao campeão, é bem verdade.

Para os que entendem Sean como uma potencial presa fácil a Israel, não se preocupe. Você está longe de ser único. No entanto, podemos tentar encontrar uma ‘luz no fim do túnel’ para o norte-americano no maior desafio de sua carreira.

Veja bem: não tentarei iludir ou mudar o pensamento daqueles que enxergam a grande superioridade técnica do campeão diante do rival do UFC 293. O histórico de Adesanya e os feitos na categoria falam por si só.

Aprenda com o carrasco

Alex Poatan nocauteia Sean Strickland no UFC 273. Foto: Reprodução/Instagram

No entanto, afirmo que Sean Strickland está longe de ser um lutador ingênuo e a atitude tomada após a dura derrota para Alex Poatan, em 2022, confirmam meu pensamento. O que fez falastrão depois de deixar o ego falar mais alto e se dar mal ao tentar trocar de igual para igual com um ícone do kickboxing? Respondo: foi aprender com seu carrasco.

Na temporada passada, Strickland acabou se tornando um dos parceiros de treino de Alex e recebeu elogios por parte do brasileiro. De fato, Sean continua subindo no octógono e performando com sua guarda curiosa.

O poder de nocaute segue quase nulo e dificilmente aparecerá contra um atleta letal como é Adesanya. Então, em que Alex pode ter influenciado na evolução do norte-americano? Explico. Para assumir a condição de desafiante – posto que não veio de graça -, Strickland passou por Nassourdine Imavov e Abus Magomedov, atletas considerados promessas da empresa. E o que Poatan tem a ver com isso?

Observar e absorver

Alex Poatan (esq.) e Sean Strickland (dir.) após treino. Foto: Reprodução/Instagram

Seria impossível e irresponsável acreditar que, com algumas sessões de treinos, meses, ou até anos, Sean se tornaria um kickboxer de elite. No entanto, há fatores que precisamos levar em consideração. Além do cruzado letal de esquerda, qual é outra característica de Alex que o fazem um sucesso nas artes marciais? A precisão. Isso, de fato, pode ter sido um ganho em potencial no estilo do norte-americano.

Veja bem: Strickland é conhecido por vencer seus adversários na decisão dos juízes. Um lutador que não se envergonha de utilizar os 15 ou 25 minutos de confronto (três ou cinco rounds) para levar a vitória para casa. A luta estratégica contra Imavov, a qual ele assumiu o desafio de última hora, é prova disso.

Contra Abus Magomedov, apesar do duro nocaute conquistado sobre o rival, a paciência também foi destaque. Para quem não lembra, Sean passou por maus bocados no primeiro round diante da promessa russa, mas não deixou a emoção o corroer. O ‘bad boy’ entendeu que sucumbiria, caso caísse no jogo do último oponente, e isso não é sorte. É treino, estratégia de luta. O famoso ‘Q.I’ para confronto. Um plano funcional seguido à risca, algo que o disciplinado Poatan certamente absorve em sua rotina com Glover Teixeira, pode ser colocado em prática contra o campeão dos médios.

Ele não é ingênuo

Sean Strickland em coletiva no UFC. Foto: Reprodução/YouTube UFC

Há alguns dias, Sean ‘causou’ ao afirmar que não tentaria usar o wrestling ou jiu-jitsu, pontos fracos de Israel. A situação se assemelha ao erro cometido diante do próprio Alex e, como já citei anteriormente, não acredito que o norte-americano seja ingênuo.

O lutador sabe que não goza de prestígio com uma parcela dos fãs do esporte, seja por seu estilo ou por declarações polêmicas feitas ao longo de sua trajetória na categoria. Assim sendo, o desafio contra Adesanya pode ser considerado, em parte, como único. Se perder feio, o norte-americano, como já dito pelo próprio atleta, pode cair no esquecimento.

Então, por que colocar tudo a perder por teimosia? Poatan pode ter sido importante para afiar a trocação de Strickland, mas acredito que o lado mental possa ser a arma mais poderosa de Sean no desafio. Disciplina combinada com técnica e treinos fizeram de Alex um fenômeno relâmpago do UFC. Para mim, o ‘bad boy’ está a anos luz do que o brasileiro pode cumprir no esporte, mas até que o anúncio oficial da luta seja clamado por Bruce Buffer, nada está perdido.

Existe uma chance

Sean Strickland desafia Israel Adesanya pelo cinturão dos médios no UFC 293. Foto: Reprodução/Instagram

Novamente afirmo: não estou aqui tentando convencer de que Strickland chocará o mundo no fim de semana. O norte-americano estará na ‘casa do adversário’, em território inimigo, e diante de um dos melhores da história. Mas já vimos os astros se alinharem e promoverem campeões que fogem à lógica. Michael Bisping está aí para contar essa história.

Se Strickland tem uma chance, que se apegue a ela e não tente fazer mais do que é capaz. O ‘arroz com feijão’ o levou à disputa de cinturão. Talvez o ‘arroz com feijão’ o salve da derrota vexatória que muitos esperam no UFC 293.

Resumindo: Strickland não é ingênuo. Strickland tem uma chance.

Maneirem nas críticas: Whindersson tem mais a oferecer ao boxe, do que o boxe a Whindersson

Mesmo indo mal na derrota para King Kenny, brasileiro segue prestando grandes serviços à ‘nobre arte’ brasileira

Whindersson após luta no Kingpyn High Stakes. Foto: Reprodução/Instagram

Maneirem nas críticas. Quem está lendo este texto carrega consigo algum gosto pelas artes marciais ou apenas quer acompanhar meu posicionamento sobre a derrota de Whindersson Nunes no último fim de semana. Caso sua expectativa seja para um ‘rio de críticas’, lamento desapontá-lo. Aqui, tentarei explicar que a relação do astro brasileiro com o boxe vai muito além de perder ou ganhar um torneio de influenciadores digitais.

Não vou mentir: Whindersson foi muito mal na luta contra King Kenny. No entanto, precisamos dosar as expectativas quando analisamos a qualidade do brasileiro na modalidade.

No SUPER LUTAS, trabalho diariamente com referências nas artes marciais. No MMA, que nos ‘tira mais o sono’, cobrimos eventos de Jon Jones, Anderson Silva, Charles do Bronx. Ainda assim, aprendi a compreender e ‘virar a chave’ quando tratamos de apresentações envolvendo lutadores que não são atletas profissionais.

Em 2022, quando Whindersson subiu no ringue para enfrentar Popó, obviamente entendi que o piauiense seria um ‘saco de pancadas’ para o tetracampeão mundial. No entanto, o humorista aguentou oito rounds de ‘tortura’. Claro, com a lenda do boxe brasileiro ‘pisando no freio’ em grande parte da disputa.

Quando a luta contra Acelino acabou, o baiano não escondeu a gratidão pelo que Nunes havia acabado de fazer. Entenda: Popó é ex-campeão mundial de boxe. Campeão mundial, e não chegava perto da popularidade do comediante.

A gratidão se tornou tatuagem, que, eternamente, estará riscada no peito do pugilista. Esse é o poder de Whindersson.

Infelizmente, o boxe brasileiro não vive um grande momento e artifícios como apresentações de Nunes têm grande poder de adesão. Participar de um evento junto ao piauiense causa visibilidade, o que é algo que o humorista pediu, não só após a luta contra Popó, mas também momentos após a derrota para King Kenny.

Whindersson quer ajudar. Quer agregar. Não espero que o brasileiro suba no ringue com a mesma qualidade de um campeão mundial, ou candidato a campeão. Não espero nem mesmo que ele colecione vítimas em seus compromisso.

Meu pedido, no entanto, não é que evitemos críticas a Nunes. Se lutou mal, precisa ser dito, e não há nada de errado nisso. Porém, não vejo como desleixo da parte do humorista. Vejo ele compenetrado. Ele apenas foi superado por um adversário melhor, maior e mais técnico.

O que espero é que ele siga tratando o boxe com respeito e faça de sua popularidade um combustível para que a ‘nobre arte’, no Brasil, retorne à realidade dos tupiniquins. Depois da derrota para Kenny, Nunes bradou que não apenas sua luta deveria ser transmitida em TV aberta, como foi o caso da Rede Globo. Mas pediu que outros lutadores tivessem a mesma visibilidade.

Há alguns meses, Esquiva Falcão, um dos nossos grandes nomes do boxe na atualidade, foi às redes sociais clamar por patrocínio – que, felizmente, apareceu. À época, o brasileiro já era cotado como candidato a disputa de cinturão mundial dos médios. O mesmo Esquiva, em janeiro de 2022, ‘pegou carona’ na popularidade de Nunes e foi uma das atrações do Fight Music Show.

Infelizmente, o Brasil, hoje, não trata prospectos como deveria.

No título deste texto, não agi com provocação. Whindersson não precisa de dinheiro. Com mais de 50 milhões de seguidores no Instagram, 27 milhões no Twitter, quase 45 milhões de inscritos em seu canal no YouTube, o piauiense, com méritos, tem a vida garantida financeiramente. Ele não precisa do boxe. O boxe brasileiro, no entanto, precisa de Whindersson Nunes.

Luta contra Holly Holm tem importância maior do que se imagina para Mayra Sheetara; entenda o porquê

Protagonista no UFC Las Vegas 77, brasileira trava maior compromisso de sua carreira, até o momento

Mayra Sheetara (dir.) é promessa brasileira nos galos do UFC. Foto: Reprodução/Instagram

No UFC Las Vegas 77, que acontece neste sábado (15), Mayra Sheetara subirá no octógono para o maior desafio de sua carreira no MMA, até o momento. Adversária de Holly Holm na luta principal, a brasileira tenta manter a invencibilidade no peso galo (até 61,2kg.) contra a ex-campeã do grupo. No entanto, há mais em jogo do que se imagina para a mineira, e tentarei explicar.

Inicialmente, Holm não seria a adversária para o próximo desafio de Mayra. A brasileira mediria forças com a também ex-campeã, Miesha Tate. No entanto, após lesão da ‘Cupcake’, número 11 do grupo, a mineira ‘caiu para cima’ no momento em que Holly, terceira no ranking, que topou o dever de substituir a outra veterana.

O infortúnio de Tate, porém, não é o assunto principal, mas, sim, o que ganha Sheetara com o novo desafio, além de encarar um ícone do UFC e representante do top 5? Sim, amigos e amigas, a tupiniquim disputa mais do que um lugar de ainda mais destaque na categoria.

A maioria se lembra que, no UFC 289, uma ‘tal’ Amanda Nunes anunciou a aposentadoria do MMA profissional. Detentora do trono da divisão, a baiana deixou o título vago e, assim sendo, a organização carece de uma substituta – à altura, se possível.

Obviamente, o que não faltam são candidatas dispostas a assumir a coroa que, por anos, foi da ‘Leoa’, e Sheetara pode se tornar forte candidata ao cargo. Hoje, em 10º lugar, Mayra não enfrentará qualquer uma no UFC Las Vegas 77.

Costumo dizer que há duas certezas na vida: uma, é a morte. A outra, é que Holly Holm disputará um cinturão do Ultimate, em caso de vitória. Os números não me deixam mentir.

Representante do UFC desde 2015, ano em que conquistou o cinturão dos galos, a ‘Filha do Pastor’ acumulou, ao longo de oito temporadas, a norte-americana disputou títulos na empresa em quatro oportunidades, marca que confirma o prestígio da atleta com a empresa.

Imaginem, então, os holofotes de Sheetara, caso a brasileira dê um verdadeiro show diante de Holm no fim de semana? É mais do que possível, visto que, aos 41 anos, Holly está longe de performar como anos atrás, além do grande momento vivido pela mineira.

Que o UFC busca duas atletas para disputarem o título vago, não é novidade. No entanto, alguns fatores podem adiar o sonho de Mayra.

Caso a brasileira não brilhe contra Holm, Raquel Pennington e Julianna Peña pedem passagem. Enquanto a norte-americana vive grande fase, a venezuelana, ex-campeã da categoria e última lutadora na história a bater Amanda Nunes, exige passagem no confronto pelo trono.

Hoje, Pennington ocupa a segunda posição da categoria. Peña, que foi brutalmente batida pela ‘Leoa’ na revanche imediata, é a número um.

A decisão, claro, cabe ao UFC. Mas não me espantaria se Sheetara protagonizasse um ‘baile’ diante de Holly e ‘alugasse um apartamento’ na cabeça dos responsáveis por confirmar lutas no Ultimate.

Para sair da sombra do irmão; Sergio Pettis e a atuação de gala contra Patrício Pitbull

No Bellator 297, que aconteceu na última sexta (16), Sergio entregou uma atuação de gala contra a lenda brasileira e mostrou que merece ser respeitado pela elite do MMA mundial

S. Pettis com o cinturão peso galo após o Bellator 297 (Foto: Instagram/@sergiopettis)

16 de junho de 2023 ficará marcado para sempre na vida de Sérgio Pettis como o ‘Dia da Independência’. Após dominar a lenda Patrício Pitbull e defender pela segunda vez o cinturão peso galo (até 61,2kg), o norte-americano afastou definitivamente a sombra do irmão e agora não há mais desculpas para não considerá-lo um atleta da elite do MMA mundial. O ‘Fenômeno’ precisa e deve ser respeitado.

A passagem pelo UFC

S. Pettis em pesagem pelo UFC (Foto: Divulgação/UFC)

Irmão de Anthony Pettis, ex-campeão dos leves (até 70,3kg) do UFC e do WEC, Sergio chegou ao Ultimate com apenas 20 anos, mas cercado de expectativas devido aos laços sanguíneos e pelo cartel então invicto de 8-0. Desde os primeiros combates no octógono, o norte-americano mostrou talento, porém, claramente, ainda não podia ser considerado um atleta de elite.

Entre 2014 e 2019, Pettis transitou entre o peso mosca e o peso galo e apesar de ter conquistado boas sequências de resultados, sempre era derrotado quando parecia que iria se aproximar de uma disputa de título. Foi assim no seu melhor momento no Ultimate, entre 2015 e 2017, quando emendou quatro vitórias seguidas, porém, foi derrotado por Henry Cejudo em um title eliminator da divisão peso mosca.

Após a derrota para Cejudo, Pettis venceu Joseph Benavidez em uma apertada decisão dividida, entretanto, foi batido por Jussier Formiga e Rob Font, ambos por pontos. O ‘Fenômeno’ se recuperou em setembro de 2019, quando venceu Tyson Nam. Para a surpresa dos fãs, Sergio decidiu mudar de ares no fim de 2019 e buscando fugir da zona de conforto, decidiu não renovar com o Ultimate, mesmo estando no top-5 do peso mosca e assinou contrato com o Bellator.

A chegada ao Bellator

S. Pettis em sua estreia no Bellator contra A. Khashakyan (Foto: Instagram/@bellatormma)

A estreia de Pettis na nova casa aconteceu em janeiro de 2020. O ‘Little Pettis’ não tomou conhecimento do seu compatriota Alfred Khashakyan e finalizou o seu rival ainda no primeiro round. No segundo compromisso, em julho do mesmo ano, Sergio bateu Ricky Bandejas na decisão unânime dos juízes e se consolidou como próximo desafiante dos galos.

Em maio de 2021, o ‘Fenômeno’ bateu Juan Archuleta por pontos e finalmente realizou o seu sonho de se tornar campeão de uma grande organização. Porém, a primeira defesa seria contra o japonês Kyoji Horiguchi, considerado por muitos como o ‘melhor peso galo fora do UFC’. O nocaute sobre o atleta asiático no quarto round, em um combate que era amplamente dominado, impressionou e garantiu mais uma defesa de título, mas deu a impressão de que o reinado de Pettis não duraria muito tempo.

O maior desafio da carreira de Pettis

P. Pitbull foi dominado por S. Pettis no Bellator 297 (Foto: Instagram/@sergiopettis)

No início de 2022, Pettis sofreu uma grave lesão que o tirou do torneio dos galos (até 61,2kg) do Bellator que começaria naquele ano. O retorno do ‘Fenômeno’ só aconteceria em julho do ano seguinte, contra aquele que é considerado o maior lutador da história da organização: o brasileiro Patrício Pitbull.

Os dois atletas se enfrentaram na luta principal do Bellator 297 e Patrício subiu ao cage circular buscando fazer história: se tornar o primeiro atleta a conquistar três cinturões de três categorias diferentes em uma grande organização. O próprio Pettis admitiu em entrevistas antes do evento que estava preocupado por ter que dividir o ringue com um ‘assassino’ como Pitbull.

Dentro do cage, o que se viu, foi quase um passeio de Pettis. O norte-americano só foi incomodado no primeiro round, quando o brasileiro conseguiu uma queda e deu algum trabalho na trocação. A partir do segundo assalto, Sergio dominou na luta em pé, rechaçou praticamente todas as outras tentativas de queda do brasileiro e ainda acertou dois chutes altos potentes em Patrício, um no segundo e outro no quarto round, que fizeram o público na arena levantar da cadeira. Ao fim dos 25 minutos, vitória clara de Sergio. O cinturão peso galo tem um campeão de fato. E absoluto.

Após 18 meses afastado dos ringues, Pettis mostrou que o seu auge chegou ao dominar (e vencer) o maior atleta da história do Bellator que ainda está vivendo os maiores momentos da sua carreira. O campeão peso galo definitivamente saiu da sombra do irmão e recebeu um ‘seja bem vindo’ do clube do maiores atletas de MMA da atualidade.

O próximo adversário de Sergio será o seu compatriota Patchy Mix, campeão interino da divisão, em duelo ainda sem data definida. Depois da atuação de gala da última sexta (16), alguém ainda tem coragem de duvidar do ‘Big Pettis’?

SUPER LUTAS analisa possíveis cenários para Charles do Bronx após luta contra Beneil Dariush no UFC 289

Brasileiro tem confronto decisivo contra pupilo da ‘Kings MMA’ que pode aproximá-lo de cinturão ou afastar momentaneamente do sonho de retomar trono

Charles do Bronx é destaque brasileiro dos leves no UFC. Foto: Reprodução/Instagram

Astro na história recente do Ultimate, Charles do Bronx tem desafio decisivo no UFC 289, que agita os ânimos dos fãs de MMA neste sábado (10). Ex-campeão dos leves (até 70,3kg) e disposto a recuperar o trono perdido de forma polêmica no início de 2022, o brasileiro medirá forças com Beneil Dariush, competente pupilo da ‘Kings MMA’. O desafio pode garantir ao vencedor a condição de desafiante ao título.

Não há dúvidas de que o retorno de Do Bronx ao octógono cerca de oito meses após o revés para Islam Makhachev é um ganho enorme para a organização. No entanto, é necessário analisar a fundo o que está em jogo no fim de semana e quais são os cenários para o futuro da estrela tupiniquim.

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Pensando assim, traço minha perspectiva sobre o que pode acontecer com Charles tanto em caso de derrota, quanto de revés para Dariush.

Dono de uma das maiores provas de que a persistência pode, às vezes, garantir o sucesso, Do Bronx é protagonista de uma das trajetórias mais empolgantes na história do UFC. Detentor do recorde de finalizações no UFC, o brasileiro tem apenas algo em vista, caso supere Beneil no UFC 289: a revanche contra Islam Makhachev.

Ainda não é oficial, mas é provável que Islam seja o grande nome a ser escalado para espetáculo confirmado para Abu Dhabi, em 21 de outubro. Caso seja oficializado no espetáculo, o campeão russo retornará ao local em que conquistou o cinturão dos leves cerca de um ano depois de seu momento de maior glória no MMA.

Por seu retrospecto recente, ignorando o revés diante de Makhachev no fatídico UFC 280, Do Bronx merece a disputa mais do que qualquer outro. Ao longo dos últimos anos, o brasileiro colecionou vítimas na categoria mais disputada das artes marciais mistas, não escolhendo adversários e topando qualquer ‘pedreira’.

Com seu estilo confiante, Charles, para chegar ao cinturão histórico conquistado em 2021, deixou para trás ícones da divisão como Tony Ferguson e Michael Chandler. Na sequência, superou os consagrados Dustin Poirier e Justin Gaethje, que, a título de curiosidade, se enfrentam em julho em disputa do cinturão ‘BMF’, que elege o mais ‘Casca-Grossa’ do UFC.

Se um lutador que já venceu, na via rápida, os desafiantes ao cinturão ‘BMF’, realmente não sei quem mais merece uma disputa de título, que não seja Do Bronx. Charles tem carisma, qualidade técnica e entrega entretenimento do momento em que deixa o quarto de hotel até o anúncio oficial do fim da luta.

A questão que fica é: Charles do Bronx precisa vencer Beneil Dariush.

E se perder?

Bom, em um esporte como o MMA, pensando na elite do esporte, perder nunca é bom, mas sempre uma possibilidade. Diante de adversários do mais alto nível, um tropeço foge da possibilidade de ser considerado um vexame.

No entanto, um revés pode afastar Do Bronx momentaneamente de uma disputa de cinturão, já que, atrás tanto do brasileiro quanto de Dariush, há lutadores sedentos por uma oportunidade de desafiar o campeão.

Caso não tenha o braço erguido pelo árbitro ao fim do desafio contra Dariush, Charles provavelmente voltará uma ou duas casas na corrida pelo posto de desafiante. Caso aconteça, nomes como Arman Tsarukyan (8º), Mateusz Gamrot (7º) e o perigoso Rafael Fiziev (6º) são possibilidades.

No entanto, o UFC pode fazer uso do status de grande estrela da companhia que Do Bronx conquistou nos últimos anos para superlutas. Explicou: o cinturão ‘BMF’, como citado, será colocado em jogo em julho, pouco mais de um mês do desafio do brasileiro contra Beneil Dariush.

Caso o Ultimate mude de postura quanto a frequência de disputas do título simbólico, que não é visto desde 2019, na conquista do recém-aposentado Jorge Masvidal, Do Bronx pode ser escalado para disputá-lo. Os números do brasileiro falam por si, além de já ter superado os dois concorrentes (Poirier e Gaethje).

O cinturão ‘BMF’, apesar de simbólico, carrega consigo importância que pode gerar interesse por parte de atletas. Quem o disputa e conquista, recebe fatia do pay-per-view, além de ostentar um belo objeto.

Caso não seja do interesse de Charles ou do Ultimate, há sempre uma possibilidade à vista: Conor McGregor. O brasileiro, que desafia o astro irlandês desde a vitória sobre Jared Gordon no UFC São Paulo, em 2019, chamou atenção do ‘Notório’ quando conquistou o trono dos leves no UFC 262.

Apesar de, no momento, não implicar sentido em desafios, quando analisamos o lado esportivo, já que McGregor sequer figura em qualquer ranking da organização, um compromisso com o irlandês é diferente. Maior fenômeno de popularidade na história do MMA, Conor consegue trazer um modelo de engajamento que se difere de qualquer outro atleta que já pisou em um cage.

Junto com o desafio de superar uma lenda, teve trajetória de sucesso chegando a ostentar dois cinturões em categorias distintas, o lado financeiro é gritante. É fato que, quem enfrenta o ‘Notório’, tem a vida financeira resolvida, quem sabe para sempre.

Por seu histórico, Do Bronx já entrou no radar de McGregor. Por sua história, o brasileiro merece mais do que muitos a oportunidade de se testar contra o irlandês.

No fim das contas, a verdade é que Charles tem totais condições de passar por Dariush e anular todo o raciocínio acima. Como brasileiro, a torcida é para o sucesso do paulista no UFC 289. No entanto, caso o oposto aconteça, nada está perdido para nosso querido Charlinho.

“Vem, mas vem sem entender nada, fio”.

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Irene Aldana pode até chocar o mundo, mas desfecho algum abalará o legado de Amanda Nunes no MMA

Mexicana tem o desafio mais duro da carreira em disputa de cinturão no sábado; campeã, por sua vez, ‘cumpre tabela’ em consagrada carreira no esporte

Amanda Nunes é duplo campeã no UFC. Foto: Reprodução/Instagram

Neste sábado (10), no UFC 289, Irene Aldana viverá situação oposta à rival Amanda Nunes. No Canadá para sua primeira disputa de cinturão no Ultimate, a mexicana busca chocar o mundo e tomar o título de uma das maiores lendas na história do MMA. Para a adversária da ‘Leoa’, todo respeito, mas um aviso: vencer não te tornará a melhor do mundo.

O que escrevo pode parecer duro, mas é a mais pura realidade. No papel, temos cenário semelhante ao de 2021 e 2022, quando Nunes subiu no octógono para medir forças com uma oponente que, nem de longe, parecia apresentar riscos.

É fato que, em 2021, o universo pregou uma peça nos amantes do MMA e fãs do talento de Amanda. A derrota para Julianna Peña, no entanto, não abalou a confiança nos que apostam no legado e competência da ‘baiana arretada’.

A confiança é tanta que, ao meu ver, Nunes ‘passaria o carro’ na revanche imediata, dada de forma acertada à brasileira. No segundo encontro, a pojucana desfilou talento no octógono e, ao longo de 25 minutos, massacrou a candidata a carrasco, que se mostrou inofensiva à melhor versão da tupiniquim.

No sábado, Aldana, obviamente, tem condições de repetir o feito de Peña. As chances, apesar de pequenas, existe, quando analisamos os riscos de um esporte que tem em sua história episódios marcantes e zebras inacreditáveis.

Mesmo que Irene venha a vencer, o que podemos tirar da história de Amanda Nunes? No meu ‘Top 3 Maiores Lutadoras de Todos os Tempos’, a baiana lidera em legado em qualidade. Na sequência, viriam Cris Cyborg e Valentina Shevchenko e, adivinhem: a ‘baianinha arretada já superou as duas. Em um dos casos, somou seu segundo cinturão no UFC.

Como questionar o talento e histórico de alguém que já superou adversárias que, em tese, poderiam superar suas facetas? Não tem jeito. Amanda Nunes já ganhou lenda e administrará o mesmo, independente de vitória, derrota ou empate. Pode ser nocauteada, finalizada ou dominada. Direi apenas que teve uma noite mal dormida. Se houver revanche, falarei novamente que foi um dia atípico.

Amanda está na história do esporte e para sempre estará lá. Me desculpe Irene Aldana. Mesmo que se confirme como campeã, você não será a melhor do mundo.

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Após nova derrota para Leon Edwards, qual será o futuro de Kamaru Usman no UFC?

Depois de novo revés, o nigeriano mostrou que pode conquistar o cinturão do Ultimate novamente, mas antes, terá que decidir em qual divisão seguirá lutando

K. Usman em uma de suas lutas no UFC (Foto: Divulgação/UFC)

Após as duas derrotas consecutivas para Leon Edwards, chegou a hora de Kamaru Usman ‘recalcular rota’ e pensar em como pretende encarar a reta final de sua carreira. Para ‘ajudar’ o ex-campeão dos meio-médios (até 77,1kg), o SUPER LUTAS traz ao leitor algumas opções de futuro, seja na categoria onde foi dono do cinturão ou uma possível subida para o peso médio (até 83,9kg).

Permanência na divisão dos meio-médios

K. Usman foi campeão dos meio-médios (Foto: Reprodução/Instagram)

Caso decida permanecer na divisão dos meio-médios, Usman terá alguns desafios espinhosos para tentar retomar o cinturão que ficou em sa posse entre 2019 e 2022. O primeiro deles, é o pesado corte de peso. Apesar de nunca ter tido problemas com a balança, o nigeriano sempre aferiu 0s 77,1kgs da categoria com um desgaste evidente e aos 35 anos de idade, a tendência é que o processo de corte se torne cada vez mais nocivo à saúde do ex-campeão da categoria.

Com duas derrotas seguidas para Leon Edwards, dificilmente Usman terá uma nova oportunidade de lutar pelo título, enquanto o jamaicano estiver em posse do cinturão. Na atualização do ranking ocorrido nesta terça-feira (21), o nigeriano segue na primeira posição do ranking, mas terá que ‘dar alguns passos pra trás’ na escolha do próximo rival.

Sem chances de uma quadrilogia contra Edwards, pelo menos por enquanto, o primeiro adversário ‘disponível’ para Usman seria o quarto colocado Belal Muhammad, que vem embalado por oito vitórias e um ‘no-contest’ em suas últimas nove lutas. O número cinco da classificação seria o brasileiro Gilbert Durinho, que está ‘sem parceiro de dança’ no momento mas já foi derrotado pelo nigeriano. Na posição seguinte, está o prospecto cazaque Shavkat Rakhmonov, que vem assombrando a divisão.

O próximo adversário de Usman, pode estar entre Belal e Rakhmonov, mas, existem conversas de bastidores de que ambos podem se enfrentar, o que seria péssimo para o ex-campeão. Outros nomes ranqueados como Geoff Neal, Sean Brady e Vicente Luque não seriam relevantes para o nigeriano e menos vantajosos ainda na relação ‘Risco/Recompensa’. Em caso de vitória, Kamaru não teria feito ‘mais do que a obrigação’ e em caso de derrota, seria uma mancha gigante no cartel de um atleta que chegou a ser especulado para o posto de maior atleta da história da divisão, caso conquistasse mais defesas de cinturão.

Subida para a divisão dos médios

Kamaru Usman em coletiva para o UFC 286. Foto: Reprodução/YouTube UFC

Desejo antigo de Usman, a possível subida para a divisão dos médios pode estar no tempo certo de acontecer. O nigeriano já havia manifestado anteriormente a sua vontade de lutar na categoria até 83,9kg, porém, a amizade com o então campeão Israel Adesanya fez o nigeriano desistir dos seus planos por um tempo. Entretanto, caso Alex Poatan siga reinando nessa faixa de peso, Kamaru seria uma grande adição para a divisão que já foi liderada por Anderson Silva durante muitos anos.

Dois cenários se desenham para Usman, e tudo dependerá do novo duelo entre Alex Poatan e Israel Adesanya, previsto para o UFC 287, no dia 08 de abril. Caso Adesanya vença o brasileiro, provavelmente ocorrerá um novo duelo e Kamaru terá que fazer pelo menos duas lutas antes de uma possível luta pelo cinturão.

O nigeriano pode estrear na nova faixa de peso contra Paulo Borrachinha ou Jared Cannonier, números cinco e quatro do ranking, e caso vença, o mais provável é um duelo contra Robert Whittaker ou Alex Poatan, caso ele seja derrotado por Adesanya em duas lutas seguidas.

Em caso de duas vitórias e um possível novo reinado de Adesanya, Usman terá que deixar a amizade de lado ou entrar novamente no limbo de uma divisão, enquanto espera o seu compatriota nigeriano ser destronado mais uma vez.

Caso Poatan vença o duelo do dia 08 de abril e sem o cinturão dos meio-médios, dificilmente Usman chegaria lutando direto pelo título dos médios, porém, o cenário para um possível duplo campeonato inicialmente não se mostra tão longo. Com a moral de quem já foi o número um peso por peso, Kamaru provavelmente chegará na nova faixa de peso enfrentando algum atleta do top-5 da categoria.

Em sua chegada na divisão até 83,9kg, Usman poderia enfrentar o ex-campeão Robert Whittaker ou até mesmo o brasileiro Paulo Borrachinha, números dois e cinco do ranking, respectivamente. Com um triunfo sobre um desses dois atletas, o caminho para o ‘Pesadelo Nigeriano’ deverá ser uma nova disputa de título.

Aos 35 anos, Usman mostrou no UFC 286 que ainda possui condições de conquistar um novo título, mas o caminho para ele não será nada tranquilo. Não importa em qual divisão ele siga atuando.

Alexander Volkanovski atingirá status de lenda do MMA, caso passe por Islam Makhachev no UFC 284

Lutador que, aos poucos, se tornou referência na empresa pode dar passo histórico neste sábado e conquistar segundo cinturão

Alexander Volkanovski busca o segundo cinturão no UFC 284. Foto: Reprodução/Instagram

Pouca mídia, muito MMA. Esta edição do ‘Blog da Redação’ não tem como objetivo desrespeitar ou minimizar qualquer ícone das artes marciais mistas, mas exaltar o talento do ‘comedido’ Alexander Volkanovski. Neste sábado (11), no UFC 284, o australiano pode entrar para a história do esporte, caso vença Islam Makhachev e some seu segundo cinturão na empresa.

O que vem com uma eventual conquista de Volkanovski? Apenas mais um cinturão para a prateleira? Não. Talvez, nem o próprio atleta tenha noção da importância de seu próximo compromisso.

Retratação histórica

Quando falo de Volkanovski, preciso voltar a 2019 e fazer uma retratação histórica. Até o UFC 237, realizado no Rio de Janeiro, pouco se falava daquele peso pena (até 65,7kg.) de pouca estatura e que ‘ousou’ enfrentar José Aldo na casa do ‘campeão do povo’.

À época, o australiano era discreto, tímido em entrevistas e sequer era ventilado como eventual campeão da divisão até 65,7kg., já que Aldo e Max Holloway eram alvos de todos os holofotes. No Rio de Janeiro, Alexander calou a torcida ao bater o manauara na decisão dos juízes. Com atuação segura, o lutador não deu chances a José, que acabou anulado diante de seu público.

Depois de passar por Aldo, Volkanovski, enfim, deu seu cartão de visitas na organização. Antes, o ‘Grande’ já havia disputado seis compromissos na empresa, tendo vencido todos, incluindo um nocaute sobre Chad Mendes. Méritos ao prospecto, mas nada poderia ser comparado a anular Aldo, mesmo sendo um triunfo nos pontos.

A conquista

A vitória sobre o ‘Campeão do Povo’ tornou ‘insustentável’ a situação do australiano na categoria. Chad Mendes e José se tornaram estatística e restava apenas um ícone: Holloway, então campeão.

A data estava marcada: 14 de dezembro, UFC 245. No octógono, duas estrelas da empresa e, em jogo, o desejado título dos penas. Na luta, Alexander e Holloway entregaram o que se espera de grandes representantes do esporte.

Em embate marcado pelo equilíbrio, Max, que por duas vezes brutalizou o lendário Aldo no octógono, encontrou seu páreo. Ao fim de cinco rounds, os juízes laterais confirmaram a vitória para o australiano, que, naquele momento, fazia ainda mais história no MMA.

O legado

Campeão dos penas desde 2019, Volkanovski segue um legado de sucesso na divisão. Até o momento, o combatente teve êxito em quatro defesas de título, sendo duas delas contra Holloway.

Além de se confirmar no topo da divisão desafio após desafio, Alexander goza de uma série invicta de dar inveja a qualquer artista marcial. O lutador, que soma uma derrota em 26 compromissos no esporte, acumula 22 resultados positivos em sequência, sendo 12 deles no Ultimate. A última – e única – derrota do atleta aconteceu em 2013, quando competia no Austalian Fighting Championship.

O ‘monstro’ Makhachev

Apelidado de ‘O Grande’, com referência ao rei grego famoso pela ambição e conquistas territoriais históricas, Volkanovski foi ‘vítima do próprio sucesso’ e, após limpar a divisão dos penas, ousou se testar nos leves (até 70,3kg.). Completo em seu estilo, o ‘pequenino’ peso pena se tornou grande demais para a sua categoria e terá a condição de se tornar um dos gigantes na história do MMA.

Por seu currículo, se torna inegável dar um lugar a Alexander entre os grandes ‘reis’ da modalidade. José Aldo, Max Holloway, Chad Mendes, todos eles foram calados por Volkanovski. Brian Ortega, ‘Zumbi Coreano’ não tiveram chances contra o combatente.

A evolução constante do lutador dificulta a análise e consequente previsão da luta principal do UFC 284. Islam Makhachev, há mais de sete anos, tem ‘devorado’ seus adversários, colecionando vítimas na companhia. É complexo, porém, garantir que o russo fará o mesmo com um campeão dominante como é Volkanovski.

Dono do cinturão dos leves desde outubro de 2022, Makhachev provou ser merecedor do trono quando superou Charles do Bronx de forma categórica. Aluno de Khabib Nurmagomedov e pupilo do saudoso Abdulmanap Nurmagomedov, o russo busca ascender o estilo pragmático a outro nível, o que o torna um representante do esporte ainda mais perigoso.

Status de lenda

Hoje, trato Makhachev como um dos grandes do MMA. Assim, o compromisso de Volkanovski é significativamente valorizado.

Outro fator amplia a importância do embate. Em situação rara, o UFC consegue escalar o número um (Alexander) e número dois (Islam) no ranking peso por peso, frente a frente.

Contexto apresentado, afirmo: Volkanovski tem o desafio e adversário perfeitos para uma eventual ‘santificação’ neste fim de semana. Makhachev é um ‘monstro’ da divisão e, caso seja ‘domesticado’, abrirá pessoalmente, as portas do Olimpo do esporte para o rival.

Campeão dos penas; campeão dos leves. 23 lutas de invencibilidade e o atleta mais próximo de igualar o recorde de 16 vitórias seguidas no UFC, marca defendida por Anderson Silva. Digo sem medo de errar: se passar por Islam, Alexander chega ao top 5 do MMA em todos os tempos. Estejam prontos.

Encerro com o adendo: falta para Alexander um confronto contra Patrício Pitbull. No entanto, por questões contratuais, infelizmente não acontecerá.

 

The Ultimate Fighter 31 – ‘O último suspiro’

Ultimate tenta 'última cartada' para recuperar prestígio ao lendário reality show

Conor McGregor e Michael Chandler protagonizam o TUF 31. Foto: Reprodução/Instagram

No último sábado (04), o UFC anunciou Conor McGregor e Michael Chandler como treinadores da trigésima primeira edição do reality show ‘The Ultimate Fighter’. O programa que foi um dos responsáveis pelo ‘boom’ do MMA nos Estados Unidos e ao redor do mundo, vem perdendo cada vez mais audiência e interesse com o fã do esporte. A adição de dois dos atletas mais midiáticos da organização, pode ser considerado como um ‘último suspiro’ para a histórica atração.

Representantes do TUF 1 posam para foto. Foto: Reprodução/Instagram

Em janeiro de 2005, entrava no ar pelo canal norte-americano ‘Spike TV’, o reality show ‘The Ultimate Fighter’. O objetivo do programa era mostrar a realidade de treinos, dia-dia e corte de peso dos lutadores de MMA, um esporte até então, desconhecido por grande parte do público. Liderado pelas lendas Chuck Liddell e Randy Couture, que se enfrentariam ao final da temporada, a atração criou rivalidades e revelou um grande número de lutadores para o UFC.

Somente na primeira edição, foram revelados nomes como Josh Koscheck, Diego Sanchez, Kenny Florian, Chris Leben, Forrest Griffin e Stephan Bonnar. A rivalidade criada pelos treinadores também era um atrativo para o público que se aproximava e passava a conhecer o esporte e os nomes que em breve, estrelariam os grandes eventos do UFC.

A final do categoria dos meio-pesados (até 93kg) entre Stephan Bonnar e Forrest Griffin, é considerado um dos maiores e mais importantes duelos da história do MMA por ter ‘rompido a bolha’ e ter sido a apresentação do esporte para muitas pessoas, até então. Logo na sua primeira temporada, o programa se mostrou um sucesso e alcançou o seu objetivo de massificação e divulgação das artes marciais mistas.

Entretanto, ao longo dos anos, o formato do programa se mostrou desgastado e com o esporte já massificado ao redor do mundo, o principal objetivo do reality já havia sido alcançado. Porém, por diversos motivos, o Ultimate segue investindo na realização da atração anualmente.

A criação de outro reality, o ‘Dana White Contender Series’, também diminuiu a qualidade dos atletas que chegam ao The Ultimate Fighter. Lutadores muito talentosos são contratados de forma direta pelo UFC, alguns que precisam ser testados vão duelar no ‘Contender’ diante de Dana White por um contrato e o que sobra para o TUF não costuma render grandes prospectos para a empresa.

O maior exemplo de que o TUF não tem mais cumprido o papel de revelar grandes talentos, é a lista de últimos campeões do reality. Nomes como Nicco Montaño, Mike Trizano, Joe Gianetti, Juan Francisco Dieppa, Bryan Battle e Jesse Taylor não atraem fãs para comprarem ingressos ou sequer o pay-per-view para assistirem os eventos de casa.

O próprio UFC chegou a ‘reconhecer’ que o programa já não entregava a mesma audiência e ficou entre 2018 e 2021 sem produzir temporadas do reality, que retornou com o duelo de treinadores entre Alexander Volkanovski e Brian Ortega.

Em 2023, o UFC apela para o maior e mais midiático lutador de sua história (Conor McGregor) e conta com o ‘coadjuvante’ Michael Chandler na intenção de ‘ressuscitar’ a boa audiência do programa. Com dois atletas que costuma entregar entretenimento em suas entrevistas e declarações, o Ultimate espera que essa temporada não seja o ‘Último Suspiro’ da atração que colocou o MMA em outro patamar como esporte.

Fedor Emelianenko é uma lenda, mas qual lugar o russo ocupa entre os melhores do MMA?

Equipe do SUPER LUTAS opina sobre o posto do ícone do esporte no ‘Panteão’ das artes marciais mistas

Fedor é ‘escoltado’ por lendas do MMA no dia de sua aposentadoria. Foto: Reprodução/Instagram

No último sábado (4), os fãs de MMA puderam acompanhar o ‘último ato’ de Fedor Emelianenko, um dos maiores nomes na história do esporte. Embora tenha sido superado por Ryan Bader em disputa de cinturão no Bellator 290, o russo teve todas as pompas e regalias dignas de uma lenda da modalidade. Aposentado aos 46, o ‘Último Imperador’ deixa um questionamento: qual é o lugar do atleta no ‘Panteão’ das artes marciais mistas?

Na tentativa de solucionar o ‘mistério’, a equipe do SUPER LUTAS apontou suas opiniões sobre o legado que Emelianenko deixa para o MMA. Assim, cada membro do time opinou sobre a posição do combatente entre os maiores representantes do esporte em todos os tempos.

VH GONZAGA (REDATOR E REPÓRTER): para não ser apedrejado, inicio minha análise garantindo que considero Fedor um dos 10 atletas mais importantes na história do MMA. No entanto, algumas ressalvas são necessárias.

Um lutador se manter invicto por 10 anos em um tempo que as regras da modalidade visavam mais o entretenimento dos fãs do que a integridade do atleta, é de se respeitar. O ‘Último Imperador’, porém, sempre poderá ser questionado – independente de para quem seja direcionada a responsabilidade – sobre o fato de não ter competido no UFC.

Asseguro o lugar de Fedor entre os 10 principais representantes do esporte. Não escalo, no entanto, a lenda russa como maior peso pesado de todos os tempos, por exemplo. Para mim, Stipe Miocic foi maior e fez mais ao longo de sua trajetória no MMA, enfrentando alto nível de competição do Ultimate.

No início dos anos 2000, Fedor foi absoluto e, certamente, um dos homens mais temidos do mundo em sua época. O atleta, porém, encontrou dificuldades quando encarou adversários tempos depois de deixar os ringues orientais. Ainda com idade para competir em alto nível, acabou sendo vítima de Fabrício Werdum, Antônio Pezão e Dan Henderson.

Lenda, mas não o melhor de todos.

LAERTE VIANA (REPÓRTER, YOUTUBE): tenho uma opinião bastante impopular sobre o Fedor. Acho ele um dos grandes da história. Tenho todo respeito por ele, mas não acho que ele seja o maior, nem peso pesado. Colocaria Stipe Miocic na frente dele.

Cartel por cartel, Fedor enfrentou os grandes da história, mas Miocic repetiu o feito no UFC. Também enfrentou os melhores. Venceu geral, o Daniel Cormier, por exemplo, duas vezes, em uma época em que o esporte era muito mais evoluído, não só na questão do doping, mas geral.

Colocaria Miocic, em número de feitos, como o melhor peso pesado da história.

FERNANDO KELER (REDATOR E REPÓRTER): As discussões sobre os melhores de todos os tempos e as comparações entre lutadores de épocas diferentes são complicadas e muitas vezes cruéis e injustas. Dito isso, Fedor Emelianenko precisa estar na prateleira mais alta do “Olimpo do MMA”.

Fedor permaneceu dez anos invicto na divisão dos pesos pesados, onde qualquer mínimo desvio de atenção pode custar muito caro. O russo fez isso enfrentando os melhores e maiores nomes de sua geração. O tempo foi cruel, é verdade, mas não apaga a história. Se é preciso apontar o maior peso pesado de todos os tempos, eu aponto para Fedor Emelianenko.

IGOR RIBEIRO (REDATOR E REPÓRTER): Fedor Emelianenko entra, na minha opinião, entre os cinco maiores lutadores do mundo. Ele ocupa o mesmo patamar de atletas como Jon Jones, Anderson Silva, Georges St-Pierre e Khabib Nurmagomedov. É o maior peso pesado da história.

O ‘Último Imperador’, no entanto, não precisou do UFC para se passar como um dos lutadores mais aterrorizantes. Seu olhar frio no auge, os duros adversários e a invencibilidade de dez anos no PRIDE fazem com que ele esteja em outro patamar. Boa aposentadoria, Fedor. Como foi bom te ver!

MIGUEL ÂNGELO (NARRADOR): sem dúvida, Fedor Emelianenko foi o peso pesado mais importante na história do MMA. 10 anos de domínio no ‘Rings’, no Japão, no ‘Pride’. Vencendo todos os GP’s, as lutas que ele fez, foi muito impactante para a história do MMA. Sempre vencendo a nata do esporte.

Foi um dos grandes que não foram para o UFC e mostrou que existe vida fora do Ultimate. É importante quando se trata dele.

No meu top 10, entre os maiores nomes na história do MMA, estaria na sexta ou sétima colocação.

GABRIEL FARELI (REDATOR E REPÓRTER): com todo respeito a qualquer opinião contrária que possa existir dos meus amigos de SUPER LUTAS nesse texto, não dá para falar de top-3 da história do MMA sem citar o nome de Fedor Emelianenko em qualquer colocação desse ranking.

Foram 23 anos de trajetória profissional, sendo destaque por onde passou. Campeão dos extintos Strikeforce e Pride, dois dos maiores eventos de artes marciais mistas do mundo, até então. O ‘Último Imperador’ ficou pouco mais de 10 anos invicto e durante esse intervalo, bateu nomes históricos do esporte como Rodrigo Minotauro (duas vezes), Mark Coleman, Kevin Randleman, Renato Babalu, Mirko Cro Cop, Mark Hunt, Tim Sylvia e Andrei Arlovski.

Fedor, obrigatoriamente, tem que estar em qualquer lista de discussão que se questione os três maiores lutadores de MMA de todos os tempos. Mas, na história da divisão dos pesados, aí não dá para discutir. O ‘Último Imperador’ é o ‘GOAT’ da categoria.

LÉO GUIMARÃES (REDATOR E REPÓRTER): colocar os lutadores em suas devidas ‘prateleiras’ sempre será uma tarefa árdua e difícil. Dessa vez, chegou a hora de eleger o lugar que Fedor Emelianenko ocupa entre os principais nomes no MMA. Com um cartel invejável, o russo bateu grandes nomes do esporte, de forma convincente e assustadora, isso é inegável. Mas, para mim, faltaram alguns testes na trajetória do ‘Último Imperador’, consequentemente atrapalhando a comparação com outros atletas.

Fedor foi um excelente lutador e seus resultados falam por si só. Na época do PRIDE, ele era o homem a ser batido. Mas devido a evolução das artes marciais e a tudo e todos que passaram desde do seu auge, em uma escala do primeiro ao quinto, dos melhores nomes de todos os tempos, o russo ocupa o quarto lugar.