O UFC 273, evento realizado no próximo sábado (9), traz o interessante duelo entre Khamzat Chimaev e Gilbert Durinho, que tem sido aguardado com grande afinco pela comunidade do MMA. Invicto em dez lutas, o sueco chega com um favoritismo de – 1.20, de acordo com o site ‘Bet365’, enquanto que uma vitória do brasileiro possui valor + 4.80.
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Os valores sugeridos pelo favoritismo de Chimaev nas casas de apostas, no entanto, são exorbitantes e não se justificam. O checheno naturalizado sueco, que ocupa a 11º no ranking dos meio-médios (até 77kg.), nunca esteve envolvido em um nível de competição tão grande quanto ao de Durinho. Por isso, entenda os motivos aos quais a preferência por Khamzat pode se tornar arriscada.
Experiência
Para iniciar, é preciso lembrar da ‘rodagem’ de Durinho no MMA. Pupilo de Vitor Belfort por um bom tempo, o brasileiro esperou o momento certo para começar a brilhar, sob apoio e experiência do ‘Fenômeno’. O início de sua trajetória no Ultimate, aliás, foi marcado por grande oscilação nos leves (até 70,3kg.), apesar de ter vencido sete lutas e perdido três.
Ainda assim, a bagagem na divisão anterior fez a diferença para que Gilbert fizesse a transição aos meio-médios (até 77kg.) com ímpeto agressivo e evolução em todas as áreas do jogo. Até então, ele fez sete apresentações na organização, contra um forte nível de competição, incluindo vitórias contra nomes importantes, como Demian Maia, Tyron Woodley e Stephen Thompson, todas elas com amplo domínio sobre seus adversários. Ainda que tenha medido forças contra outros grandes atletas, Chimaev nunca enfrentou alguém que trouxesse uma experiência como a do niteroiense.
Alto nível no jiu-jitsu
Oriundo do jiu-jitsu, o niteroiense tem passado de grande sucesso na ‘arte suave’. Faixa-preta em 2º grau, ele conquistou o Campeonato Mundial em 2011, após uma medalha de prata dois anos antes. Durinho também venceu o torneio sem quimono em 2010 e 2013, além da Copa do Mundo em Abu Dhabi (EAU).
Nas artes marciais mistas, das 20 vitórias em sua carreira como profissional, oito delas foram via finalização, com especialidades em chave de braço e mata-leão. O retrospecto ainda fica melhor, já que nunca foi finalizado em 24 lutas.
Trocação afiada
Apesar do alto nível no jiu-jitsu, Gilbert já deixou de ser um atleta unidimensional e parece pegar gosto na trocação. Além de mostrar grande evolução no boxe, o brasileiro sabe tirar a diferença de envergadura dos adversários e tende a não se expor nas aproximações. É pouco vazado.
A mudança veio com o tempo. Ciente de que precisava desenvolver seu jogo em pé para chegar ao topo da divisão, ele passou a assustar seus oponentes com seu poder nas mãos. Em suas últimas vitórias, por exemplo, conseguiu nocautear Demian Maia e viveu bons momentos no ‘in fight’ diante de Woodley e Thompson.
Não à toa, Durinho acredita que pode nocautear Chimaev. Em entrevista exclusiva ao SUPER LUTAS, Burns revelou que deseja voltar para casa sem se machucar e projetou um triunfo ainda no primeiro round do duelo.
“O melhor cenário é ir para casa sem nenhum arranhão. É o ‘bicho’ entrar, me derrubar e eu levanto. E (em pé) um nocaute no primeiro round, com dois minutos, sem me machucar”, disse o brasileiro.
Só perdeu para o campeão
A mudança definitiva aos meio-médios, que aconteceu em 2019, foi a grande reviravolta na carreira de Durinho. Afinal, o lutador chegou a emplacar uma série de quatro triunfos seguidos – seis no total – até ter uma chance pelo título, contra o ex-parceiro de treinos Kamaru Usman.
Apesar de ter sido nocauteado no terceiro round contra o campeão, Gilbert teve bons momentos no embate e aplicou um knockdown no nigeriano em round inicial. A chance, no entanto, acabou ‘escorregando’ na missão final, mas mostrou a qualidade do brasileiro, já que, ao lado de Colby Covington, foi um dos desafios mais difíceis de Usman. Até o instante, o duelo representou o único revés até 77kg. do lutador no UFC.
Vai pegar fogo…
O duelo entre Gilbert Durinho e Khamzat Chimaev fará parte do card principal do UFC 273, marcado para o dia 9 de abril e será realizado na VyStar Veterans Memorial Arena, em Jacksonville, Flórida (EUA). O brasileiro entra com a missão de frear o ‘hype’ do sueco, que mantém invencibilidade de dez triunfos.
Profissional desde 2012, Burns conta com um retrospecto de 20 resultados positivos e quatro negativos; sendo seis nocautes, oito finalizações e seis por pontos. A missão é difícil, mas não impossível. Chegou a grande hora de sabermos o resultado!
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